Gálatas (Gl) - Novo Testamento

Quando o evangelho se espalhou pelo Império Romano e muitos gentios começaram a aceitar Jesus como Salvador, logo surgiram discussões sobre a necessidade de os gentios seguirem as leis dos judeus, especialmente a lei que mandava que todo homem fosse circuncidado (ver At 15.1-33). Essa mesma discussão apareceu nas igrejas que o apóstolo Paulo havia fundado na província romana da Galácia, que ficava numa região que hoje faz parte da Turquia. Várias pessoas estavam dizendo àqueles cristãos que, para poderem ser justificados, eles precisavam obedecer à lei de Moisés. A Epístola aos Gálatas é a resposta que Paulo dá a essa falsa doutrina. Com argumentos fortes e palavras às vezes chocantes, Paulo denuncia esse outro evangelho que está sendo anunciado e procura trazer de volta para a fé verdadeira aqueles que estão se desviando do caminho certo. Ele fala da sua própria experiência cristã e defende a sua autoridade como apóstolo. Mostra também como, na reunião dos líderes cristãos em Jerusalém, ele tinha recebido a aprovação deles para continuar a anunciar a mensagem de que a salvação depende somente da fé e não daquilo que a lei de Moisés manda fazer. Em defesa da sua posição, Paulo cita o Antigo Testamento e fala da experiência de Abraão, o pai do povo escolhido. Ele mostra que Abraão foi justificado por Deus não por causa das suas obras, mas porque teve fé em Deus. Na última parte da epístola, Paulo fala da liberdade que têm as pessoas que creem em Cristo e como essa liberdade se torna realidade na vida cristã. Todos os cristãos de todos os tempos devem se lembrar sempre desta declaração do apóstolo: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (5.1).